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Image by David Waite

AS ESPÉCIES

Trabalhamos pela natureza, pelo futuro e para o bem do nosso planeta. Conheça mais sobre alguns dos animais que circulam por aqui e que devemos proteger.


Vejam só quem flagramos na floresta com as câmeras traps!

Imagens realizadas por Tiago Falótico do projeto CapCult

Leopardus pardalis

Jaguatirica

Espécie de felino encontrada apenas no continente americano, a jaguatirica ocorre desde o sul dos EUA (Texas) até o norte da Argentina. No Brasil ocorre em todas as regiões, à exceção do sul do Rio Grande do Sul. A jaguatirica é um felino de porte médio (11 a 16 kg), sendo considerado o maior dos pequenos gatos pintados do continente americano.

Embora as jaguatiricas geralmente evitem áreas abertas durante o dia, às vezes elas se alimentam nesses locais à noite. Ocorrem em uma diversidade de hábitats, florestas tropicais úmidas, florestas semidecíduas, áreas alagadas e matas ciliares. Porém, apesar da diversidade de hábitats em que as jaguatiricas ocorrem, elas não são generalistas quanto a seu uso, ao contrário, estudos de padrão de movimento indicam que elas estão muito associadas a áreas de vegetação arbórea densa, sugerindo que ocupam uma faixa muito mais estreita de micro-hábitats do que seria previsto por sua ampla distribuição geográfica.

Ocelot (Jaguatirica)

As jaguatiricas são animais carnívoros que, embora estejam aptas a caçar em árvores, estudos de sua dieta indicam que elas são caçadoras mais eficientes no chão. Alimentam-se de uma variedade de presas como aves, serpentes, lagartos, peixes e até caranguejos. Porém, as principais presas das jaguatiricas são mamíferos de pequeno porte (até 1 kg), especialmente pequenos roedores silvestres de hábitos noturnos.

 

A jaguatirica, assim como outras seis espécies de felinos brasileiros, está incluída na mais recente lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Até meados da década de 1980, a caça para o comércio de peles era a principal ameaça às populações de jaguatirica, porém hoje as maiores fontes de ameaça são o desmatamento, a fragmentação das florestas e o consequente isolamento genético dessas populações. Estima-se que somente de 3 a 6% da distribuição original da jaguatirica esteja legalmente protegida.
 

Os felinos são predadores do topo da cadeia alimentar e a sua extinção acarreta em uma série de danos para o ecossistema. A maior parte das presas das jaguatiricas e de outros felinos menores são roedores que se alimentam de sementes e brotos. Na ausência dos predadores as populações desses roedores aumentam de número e, consequentemente, o consumo de sementes e brotos também aumenta, o que pode levar a mudanças na composição de espécies da floresta e até à extinção de algumas espécies.

CONCONE, H. V.; MAURO, R.A. & AGUIAR, L.M.S.  Jaguatirica – Leopardus pardalis. Fauna e Flora do Cerrado, Campo Grande, Julho 2005. Disponível em: < http:// www.cnpgc.embrapa.br/series/ema/Ema.htm >. Acesso em: < 26 , Maio > 114 .

Puma concolor

Suçuarana

É a segunda maior espécie de felídeo do Brasil, pesa em média 39kg, possui coloração uniforme variando do marrom-acinzentado claro ao marrom-avermelhado. A suçuarana tem hábitos solitários e terrestres, com atividade predominantemente noturna é muito ágil e sobe com facilidade em árvores, que utiliza para descansar. Normalmente se refugia em covas e lugares escuros de vegetação cerrada. É um animal carnívoro, o peso médio de suas presas é de 18kg. Possui hábitos generalistas, caça principalmente capivaras, pacas, cotias, outros pequenos roedores, marsupiais, tatus, tamanduás-mirins, veados, queixadas, lebres nativas, quatis, ouriços, emas, peixes e insetos.

Atualmente é considerada extinta no leste da América do Norte, restando apenas no sudoeste do Canadá e costa oeste dos EUA e em todo México. Está presente em praticamente toda a América Central e do Sul, com exceção das áreas densamente povoados ao longo da costa e do sul do Rio Grande do Sul. No Brasil ocorre na floresta amazônica, em campos e matas pantaneiras, cerrado, caatinga, mata atlântica e pampas da serra gaúcha.

Ocelot (Jaguatirica)

A destruição de seu habitat, fragmentação e consequente diminuição do número de presas naturais, associadas à aproximação desses animais com populações humanas, são as principais ameaças. Esse felídeo é listado como “ameaça ativa” pela IUCN (International Union for Conservation of Nature), devido à alta pressão de caça que sofre, principalmente em regiões próximas a fazendas. Há vários relatos de animais atropelados em rodovias, vítimas de caçadores ou abatidos por fazendeiros que acreditam que as suçuaranas ameaçam a criação de animais domésticos. 

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Leopardus wiedii

Gato-maracajá

É uma espécie de menor porte em relação à jaguatirica, possui olhos grandes e protuberantes e cauda comprida que pode representar até 70% do comprimento do corpo. Seu peso médio é de 3,3kg e sua cauda serve como um contrapeso para auxiliar em seu equilíbrio. A pelagem é longa e sua coloração varia de amarelo-acinzentada a castanho-ocre e sua longevidade pode superar 20 anos.

Possui hábitos solitários e quase exclusivamente noturnos, com altíssima atividade registrada entre 1 e 5h. Suas principais presas são mamíferos pequenos como esquilos, gambás, saguis, macacos-prego e preguiças-de-três-dedos, e também artrópodes, pequenos pássaros e frutos. Os gatos-maracajás exibem excepcional habilidade para escalar árvores, sob as quais descansam durante o dia. Conseguem girar as patas traseiras em 180º, o que possibilita se locomoverem sob galhos de árvores, se pendurando pela pata traseira, e descer troncos verticais de frente. Eles não se adaptam bem aos distúrbios de habitat provocados pelo homem.

O gato-maracajá está fortemente associado ao habitat florestal, constituído principalmente de florestas verdes e decíduas, além de ser encontrado também em planícies costeiras, florestas, matas ciliares e cerrado. Essa espécie é encontrada nas planícies costeiras do México até o norte do Uruguai e Argentina, e em todo o Brasil, com exceção da caatinga, até a parte norte do Rio Grande do Sul, inclusive nas matas de galeria do cerrado. 

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Panthera onca

Onça-pintada

A onça-pintada é o maior felídeo das Américas e o único representante vivo do gênero Panthera encontrado no Novo Mundo. Essa espécie apresenta melanismo frequente e albinismo são ocasionalmente relatados, possui cabeça grande e de formato troncudo. Seu peso varia dependendo de seu habitat, onças que vivem em ambientes abertos caçam presas maiores e consequentemente tem peso mais elevado, chegando a 100kg no pantanal e cerrado. Esse felídeo tem preferência por presas maiores, como catetos, queixadas, antas e veados. Sua coloração varia entre amarelo-claro e castanho-ocre, tendendo a amarelo-acastanhado.

Seu período reprodutivo dura o ano inteiro, e os filhotes permanecem por dois anos com a mãe. A onça-pintada tem hábitos solitários e terrestres, e embora tenha sido caracterizada como um animal principalmente noturno, pesquisas com radiotelemetria mostram que ela costuma ser ativa durante o dia, com pico de atividades no amanhecer e anoitecer. São ótimas escaladoras e excelentes nadadoras e mergulhadoras.

Ocelot (Jaguatirica)

A espécie é encontrada das planícies costeiras do México até o norte da Argentina. Ocorria originalmente por todo o Brasil, estando atualmente restrita à região norte até o leste do Maranhão, a partes do Brasil central, pantanal e em algumas áreas isoladas da regiões Sul e Sudeste. Habita áreas de vegetação densa, com suprimento de água abundante e presas em quantidade abundante, incluindo florestas tropicais e subtropicais, cerrado, caatinga, pantanal e manguezal. Nossa fundadora, Marianne Soisalo, estudou onças na natureza junto com Sandra Cavalcanti no pantanal por muitos anos e encontrou muitas coisas interessantes e escreveu ótimos trabalhos científicos sobre o assunto veja as referências.

Marianne's scientific paper

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Didelphis albiventris

Gambá-de-orelha-branca

O gambá-de-orelha-branca é uma espécie de marsupial pertencente à família Didelphidae, são animais de pequeno a médio porte, e pesam em média 3kg. Os marsupiais neotropicais ocupam os mais diversos nichos e estão bem distribuídos, por isso desempenham um papel importante nos ecossistemas. Essa espécie se locomove por quadrupedalismo, é terrestre e arborícola, mais especificamente um caminhar arborícola, ou seja, ela caminha sobre troncos e galhos mais próximos da horizontal, e escalando suportes na vertical por agarramento.

O gambá-de-orelha-branca é um pequeno mamífero solitário e de hábitos noturnos. As fêmeas dessa espécie têm a gestação dividida em duas fases, uma etapa ocorre no útero do animal, e a fase final acontece no marsúpio, bolsa externa localizada na barriga da mãe, onde acontece a última etapa de desenvolvimento do filhote. 

Está distribuído pela porção leste e centro-oeste do Brasil, Paraguai, Uruguai, regiões norte e central da Argentina e sul da Bolívia. Também há relatos na Colômbia, Peru e Equador. Sua principal fonte de alimentação são frutos, invertebrados, ovos, pequenos vertebrados e ocasionalmente flores, néctar e goma de árvores. Essa espécies possui cauda longa e preênsil, podendo conter poucos pelos, invisíveis a olho nu. Possuem o sistema olfatório bem desenvolvido, utilizam a comunicação por substâncias químicas que são captadas por quimiorreceptores localizados no epitélio olfatório e no órgão nasal. Estes odores produzidos pelas glândulas cutâneas aliam-se como mais um dos processos de comunicação social. 

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Nasua nasua

Quati

O Quati pertence à família Procyonidae, são animais de porte médio e bons escalaradores, já que utilizam árvores para nidificar, repousar, caçar ou fugir do perigo. As principais ameaças aos procionídeos são a perda de habitat, causada pela expansão desorganizada das cidades, a substituição de áreas naturais por pastagens e atividade agrícolas, as queimadas e as áreas inundadas por reservatórios de usinas hidrelétricas, os atropelamentos em rodovias e a caça predatória.

O Quati possui coloração entre cinza e tons distintos de marrom-claro, avermelhado, até marrom-escuro. Possui cauda e focinho longos, que se destacam diante dos olhos e das orelhas pequenas. Essa espécie possui hábito diurno, terrestre e arborícola. Procuram por alimentos no chão, utilizam as patas dianteiras para revirar tocos, pedras e explorar buracos à procura de invertebrados, que compõe sua dieta onívora. Além de proporcionar segurança nas escaladas para as árvores, as garras longas das patas dianteiras são utilizadas para “rasgar” troncos em decomposição com a finalidade de procurar alimento.

Image by Jacob Vizek

A época reprodutiva acompanha o período de abundância de alimento, principalmente de frutas. O Quati possui focinho alongado, que é uma estrutura importante de sobrevivência, pois sua flexibilidade possibilita explorar ocos de árvores, ninhos e tocas e, por meio do olfato consegue encontrar pequenos vertebrados. Os frutos, que também são abundantes em sua dieta, são consumidos durante os deslocamentos sobre as árvores, realizados com grande habilidade. 
A sua distribuição geográfica vai do leste do Andes, a partir da Colômbia e Venezuela, Guianas, Suriname, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, até a Argentina e Uruguai. No Brasil, são encontrados em quase todas as regiões.      

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Eira barbara

Irara

A Irara pertence à família Mustelidae, a relação entre humanos e mustelídeos ocorre há milhares de anos. Esses animais foram tanto criados para combater roedores, quanto caçados para retirada de pele. Na Europa, na Ásia e nos EUA, algumas espécies de mustelídeos são criadas em fazendas para a produção de pele. Além disso, são utilizados em pesquisas de laboratórios, na indústria de perfumes e, com grande frequência, como animais de estimação.

A Irara ocorre desde o México, até o norte da Argentina, e na Ilha de Trinidad. É uma habitante florestal que faz ninhos em tocos ou ocos de árvores, em tocas abandonadas de outros animais ou em capim alto. Pode nadar, correr e escalar muito bem. É ativa à noite e, em dias nublados, também pela manhã. É vista frequentemente sozinha, em pares ou em pequenos grupos familiares. Gosta de brincar, foi domesticada pelos índios e utilizada para controle de roedores. 
Possui corpo alongado, com cabeça pequena, cauda longa e pelagem curta, grossa e áspera. Possui coloração escura, que pode variar até o branco-amarelado e branco. Seus hábitos alimentares são carnívoros, sua alimentação consiste principalmente de roedores, mas inclui também coelhos, aves, pequenos veados, mel e frutas. 

Os mustelídeos se originaram na América do Norte e na Europa e posteriormente vieram para a América do Sul. Hoje em dia estão distribuídos em todas as regiões do mundo, exceto nas ilhas do Caribe, Madagascar, Sulawesi, Filipinas, Nova Guiné, Austrália, Nova Zelândia, Antártida e maioria das Ilhas Oceânicas. A Irara está entre as seis espécies de mustelídeos nativas do Brasil, habitam todo o território e ocupam habitats terrestres e aquáticos.   

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

 Euphractus sexcinctus

Tatu-peba

O nome Tatu peba vem do tupi e significa “tronco gordo e achatado”, em referência a suas características corporais. 

Pode medir por volta de 40 cm de comprimento de corpo, com uma cauda que varia entre 11 e 24 cm. Pesa entre 3,6 e 6,5 kg. Sua carapaça é de coloração pardo-amarelada e possui de 6 a 8 cintas móveis, com longos pelos esbranquiçados. Sua cabeça tem a forma de cone, achatada na parte superior. Enxerga mal, porém possui um olfato apurado. Na carapaça é possível encontrar de 2 a 4 glândulas que soltam uma substância com odor característico, utilizado tanto para demarcar territórios (tocas) quanto para atrair parceiros sexuais.

É uma espécie de hábitos diurnos, porém pode apresentar atividade noturna. Tem hábitos solitários, mas pode ser visto em pequenos grupos durante a época de reprodução ou quando se alimenta de carcaças grandes. É uma espécie de hábitos semi-fossoriais, escava diversos buracos em campos abertos que servem de tocas. Os buracos têm em média 1,5 metro de profundidade, com o fundo em forma de “u”, espaço suficiente para o animal virar-se dentro da toca.

Tapirus terrestris

Anta

As Antas são grandes mamíferos, chegando a até 300kg, estão principalmente associados a ambientes florestais. São animais herbívoros e a composição de sua dieta é bastante diversificada, pois alimentam-se de ampla variedade de plantas e frutos. Antas tem estratégia alimentar bastante seletiva, baseada essencialmente em folhas e outros materiais vegetais, com uma quantidade significativa de fibras, mas também de frutas e sementes. Possuem um papel ecológico importante, já que são dispersoras de sementes nas áreas florestais. 

Possui hábitos solitários, permanece inativa e descansa durante o dia, e sai durante a noite para se alimentar. Essa espécie é o maior mamífero terrestre do Brasil, pode chegar até 2m de comprimento. Possui patas curtas, uma cauda pequena, cabeça grande e focinho em forma de tromba móvel, curvado para baixo. A Anta possui pelagem curta e áspera quando adulta e de coloração cinza escuro, tendo uma pequena crina no dorso do pescoço, os filhotes nascem com a coloração mais clara e com listras e pintas brancas. Tem o comportamento de defecar somente dentro da água, e de preferência sempre no mesmo ponto, este local escolhido é denominado latrina e têm relação com demarcação territorial.

Essa espécie está distribuída do norte da Argentina e do sul do Brasil, até Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Historicamente, a espécie era encontrada em toda a América do Sul a leste dos Andes, desde o norte até as savanas secas da Argentina, passando por biomas como campos sulinos, chaco, pantanal, cerrado, caatinga, floresta amazônica e floresta atlântica.

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Atualmente as populações estão reduzidas ao extremo e quase sempre limitadas aos biomas de floresta e terras alagáveis. A espécie foi regionalmente extinta nos biomas da caatinga e charco seco, desaparecendo também ao norte dos Andes. Sua distribuição no cerrado e na floresta atlântica foi reduzida a pequenas populações em áreas protegidas, e as populações do pantanal estão declinando. 
Antas são perseguidas por caçadores em todas as regiões em que ainda se encontram presentes. Embora a pressão de caça seja classificada como categoria específica de ameaça, deve-se considerar que o processo de fragmentação facilita o acesso de caçadores a áreas naturais, o que torna os animais mais sensíveis e vulneráveis. Apesar do evidente impacto causado pela agricultura e pecuária extensivas, a pecuária de subsistência também causa impacto considerável nas populações de antas em áreas naturais. 

Anta (Tapirus terrestris )

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Mazama gouazoubira

Veado-catingueiro

O veado-catingueiro é uma espécie de pequeno porte, possui o corpo menos robusto que o veado-mateiro, com grandes orelhas em proporção à cabeça, com as pontas arredondadas. Com uma coloração que pode variar do marrom-acinzentada com garganta e região ventral esbranquiçada, os machos sexualmente ativos possuem chifres, as fêmeas são normalmente mais claras. Podendo pesar entre 11 e 30 Kg, medindo entre 91 e 104 centímetros de comprimento e algo entre 35 e 65 centímetros de altura.

Os cervídeos têm uma grande variedade de glândulas odoríferas, que funcionam como um sistema de comunicação entre os indivíduos da mesma espécie. Todos os cervídeos têm olfato, audição e visão muito desenvolvidos. São animais extremamente seletivos em sua dieta alimentar, são consumidores de folhas, frutos e brotos e necessitam de alimentos de alta qualidade, também se alimentam de gramíneas em estágio vegetativo inicial.

http://www.zoo.df.gov.br/veado-catingueiro/

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Pecari tajacu

Cateto

O cateto é uma espécie nativa da fauna brasileira, que pertence à família Tayassuidae. Desempenha um importante papel no equilíbrio dos ecossistemas em que são encontrados, são predadores eficientes e dispersores de sementes, além de figurarem na lista das principais espécies predadas por onça-pintada e onça-parda. São encontrados em uma ampla variedade de habitats, desde florestas tropicais úmidas até regiões desérticas, ocorrem do sul dos EUA até o norte da Argentina, e em todos os biomas do Brasil.

Possuem hábitos sociais, vivem em grupos compostos por animais de diferentes faixas etárias e de ambos os sexos, no cerrado brasileiro, compõe grupos de 3 a 50 indivíduos. As principais ameaças à conservação de catetos são a caça e fragmentação de habitats naturais. Estão classificados como espécie vulnerável, em perigo ou criticamente em perigo nas listas estaduais do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Os taiaçuídeos têm cabeça triangular, proporcionalmente grande em relação ao corpo e pescoço curto e compacto. Os olhos são pequenos e sua visão é pouco desenvolvida, ao contrário do olfato, que é bem desenvolvido. A forma compacta e cilíndrica do corpo é vista como uma adaptação morfológica que possibilita o deslocamento ágil destes animais entre a vegetação densa. A pelagem do dorso é constituída por cerdas resistentes, que funcionam como termorregulador e constituem uma característica de proteção externa eficaz, pois evita lesões na pele quando o animal abre espaço entre a vegetação. 
São animais onívoros, se alimentam de raízes, frutos, sementes, invertebrados, pequenos vertebrados, ovos e lagartos. Os catetos têm papel específico nos ambientes em que vivem, pois são importantes predadores e dispersores de sementes. Embora destruam a maioria das semente consumidas durante a ingestão e digestão, são capazes de dispersar sementes pequenas.  

Cubas, Zalmir Silvino, 1963 – Tratado de animais selvagens: medicina veterinária / Zalmir Silvino Cubas, Jean Carlos Ramos Silva, José Luiz Catão-Dias. 2. ed. São Paulo: Roca, 2014. 2470 p.: il.; 28 cm.

Sapajus libidinosus

Macaco-prego-amarelo

O macaco prego amarelo, ou macaco prego pertence à família Cebidae, e é uma espécie nativa do Brasil. Está presente nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Norte, Tocantins, Pernambuco e Paraíba. São animais exclusivamente arborícolas, vivem em grupos, compostos de 6 a 20 indivíduos. São onívoros, se alimentam de folhas, frutos, sementes, raízes, ovos, pequenos invertebrados, insetos, caules, flores, pequenas aves e anfíbios. 

Por possuir hábitos alimentares generalistas e com grande flexibilidade comportamental e ecológica, vive em vários habitats distintos, como florestas ripárias, formações arbóreas e arbustivas nos biomas do cerrado e caatinga, e até manguezais. Os macacos pregos desenvolveram habilidades manuais para solucionar problemas relacionados à obtenção de alimento, têm a capacidade de criar ferramentas (usam pedras como martelo, por exemplo), uma estratégia não muito comum em primatas Neotropicais.  


Os macacos pregos são animais robustos, e caracterizados por um topete na cabeça. Possuem coloração amarelo-acastanhado, com os membros de cor escura com proximidade ao preto, assim como o topete, que possui forma espessa. Possuem braços quase tão longos quanto as pernas, polegares oponíveis e grande destreza. Medem em média 46cm e vivem entre 40 e 50 anos. Essa espécie têm uma cauda semi-prêensil, o que lhes confere enorme agilidade, sendo utilizada durante a busca por alimento.

A população de macacos pregos está em declínio, baseando-se na perda ocorrida e em declínio de habitat, no cerrado, a perda de habitat está estimada em 50%. Além da alta pressão da caça, são animais vítimas comuns do comércio ilegal, como animais de estimação. As principais ameaças são as queimadas, assentamentos rurais, desmatamento da vegetação pela agricultura e pecuária, expansão urbana, desconexão e redução de habitat, caça e rapto.

macaco prego (monkey)

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Conheça outras espécies que frequentam nossa região e ajude-nos a protegê-las

Tyto furcata

Suindara

Possui dois discos faciais bem destacados, em forma semelhante a um coração, que ajuda a levar o som até a entrada dos ouvidos externos. Essa é uma estrutura única, separando-a das demais corujas em uma família especial, a Tyton.


São capazes de apanhar um rato vivo em escuridão absoluta guiadas unicamente pela audição.


Se alimentam de pequenos mamíferos, anfíbios, répteis e aves
É uma grande caçadora de ratos. Como todas as corujas, ingere o alimento inteiro

http://www.zoo.df.gov.br/coruja-suindara/http://www.wikiaves.com.br/wiki/suindara

 

Image by James Wainscoat
Seriema

Cariama cristata

Seriema

Sua plumagem é macia e solta, em tons de cinza com uma leve tonalidade amarela. Suas pernas e pescoços são longos, enquanto suas asas são curtas e arredondadas, refletindo seu estilo de vida. Elas estão entre as maiores aves terrestres endêmicas dos Neotrópicos (atrás apenas das emas)

https://www.wikiaves.com.br/wiki/seriema


Ave símbolo do Cerrado e do estado de Minas. Se alimenta de cobras, por isso é protegida nas propriedades rurais. É uma das poucas aves que possuem pestanas (cílios). Suas principais ameaças são a caça e a destruição e fragmentação de seu habitat.

 

http://www.zoo.df.gov.br/seriema/

Sarcoramphus papa

Urubu-rei 

A espécie mede cerca de 85 cm, a sua envergadura pode chegar até quase 2m e seu peso pode variar entre 3 a 5 quilos.


A espécie presta um excelente serviço para a sociedade se alimentando de animais mortos e agonizando. Seu nome rei se dá por ele ser o primeiro a chegar no alimento e usar seu bico forte para rasgar e abrir o couro dos animais.

http://www.zoo.df.gov.br/urubu-rei/

Image by Sergio Mena Ferreira
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Amazona aestiva

Papagaio Verdadeiro  

Se distingue pela cabeça amarela, com azul-esverdeado na testa e bochecha, narinas escuras, ombros vermelhos delineados com amarelo, asa com parte vermelha e extremos azul-escuro. Resto do corpo geralmente verde, mais claro entre o ventre e o rabo. Se alimentam de sementes, frutas, coquinhos e nozes.


Possuem grande capacidade de aprender a “falar”, dessa forma, o tráfico de animais silvestres é a principal ameaça à espécie. Cada vez mais estão adaptados a ambientes urbanos, o que os torna ainda mais vulneráveis a captura por traficantes de animais.


http://www.zoo.df.gov.br/papagaio-verdadeiro/

Ramphastos toco

Tucano toco

Com a característica marcante de possuir enorme bico alaranjado com uma mancha negra na ponta. Sua plumagem é negra, exceto no peito e na base da cauda, que são brancos. Nota-se também uma pele nua de cor laranja ao redor dos olhos e as suas pálpebras, que são azuis. O bico é amarelo-alaranjado e mede cerca de 20 centímetros


É o único ranfastídeo brasileiro que sobrevoa frequentemente campos abertos e rios largos.


Se alimenta de frutas, insetos, ovos e podem predar filhotes de outras aves.


http://www.zoo.df.gov.br/tucano-toco/

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Ara ararauna

Arara-canindé 

A arara-canindé é uma ave psittaciforme da família Psittacidae.

Conhecida também como arara-de-barriga-amarela, arara-azul (Amazônia), canindé, arara-amarela e ara-arauna. Mede cerca de 80 centímetros de comprimento. Grande e de cauda longa. Inconfundível e vistosa coloração azul ultramarino no dorso, e amarelo-dourado na parte inferior desde a face, ventre até o rabo, garganta com linha negra e área nua na cabeça com linha de penas negrasOs jovens têm as asas e o rabo café-acinzentado e os olhos pardos.

Migra em certas épocas do ano, em busca de alimento. Desloca-se a grandes distâncias durante o dia, entre os locais de descanso e de alimentação. Alimenta-se basicamente de sementes, frutas e nozes.

https://www.wikiaves.com/wiki/arara-caninde

Rhea americana

Ema 

Maior espécie de ave do Brasil, a ema pode chegar até 1,40 metro. Os machos se diferem das fêmeas por ter o peito e o pescoço preto. Em geral a plumagem é pardo acinzentada.
O macho da espécie só vocaliza em época reprodutiva, emitindo vocalizações profundas e potentes, em seguida o macho escolhe o melhor território para a montagem do ninho e para começar seu harém, geralmente o macho escolhe de 5 a 6 fêmeas. Quando o ninho está cheio de ovos, o macho expulsa todas as fêmeas e choca os ovos. 


A Ema não é capaz de voar, mas na corrida pode alcançar 80 quilômetros por hora.


http://www.zoo.df.gov.br/ema/

Image by Daniel Olaleye
Image by Lukas Souza

Aratinga jandaya

Jandaia-verdadeira 

Apresenta a cabeça e pescoço de coloração amarela. Com manchas laranjas próximas aos olhos e base do bico. O manto, asas e uropígio (base da cauda) são de coloração verde. A maior parte das asas são verdes, mas extremidades das asas são azuladas. Peito e ventre na coloração laranja intenso. Possuem o bico preto e pés cinza escuros. Imaturo tem cabeça e pescoço amarelo com marcações verdes; o peito e ventre laranja pálido.


Se alimentam de sementes, frutas e castanhas.
Apesar de silenciosas enquanto se alimentam, são extremamente barulhentas enquanto voam, o bando vocaliza constantemente, podendo ser ouvido muito antes de ser visto. Suas principais ameaças são a caça e a destruição e fragmentação de seu habitat.

 


http://www.zoo.df.gov.br/jandaia-verdadeira/

Alouatta caraya

Bugio-preto 

Pesam de 4 a 10 kg, sendo os machos maiores do que as fêmeas. Outra diferença entre os sexos está na coloração da pelagem, sendo preta nos machos e amarelada nas fêmeas.
Estes primatas possuem um osso na garganta modificado que os possibilita fazer vocalizações muito altas. Estes “gritos” podem ser ouvidos a grandes distâncias, sendo usados para demarcação territorial e união do grupo. Esse comportamento acontece principalmente ao amanhecer e entardecer, sendo o coro iniciado pelo macho alfa. Formam grupos de 3 a 20 indivíduos. Os bugios também possuem um hábito chamado “geofagia”, que consiste em ingerir argila rica em minerais para ajudar na digestão das folhas e eliminação de toxinas destas, de forma similar aos papagaios e araras.

http://www.zoo.df.gov.br/bugio-preto/

Image by Dimitry B
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Chrysocyon brachyurus

Lobo-guará 

É o maior canídeo da América do Sul, podendo medir até 1,15 m e pesando entre 20 e 30 kg. Apresenta a cabeça pequena em relação ao corpo, com orelhas grandes e focinho longo. É onívoro.


Apesar de ser chamado de “lobo” na nomenclatura popular, o lobo-guará é um parente mais próximo das raposas e do cachorro-vinagre (Speothos venaticus). Essa espécie possui uma dieta incrivelmente variada, consumindo desde insetos, aves e pequenos mamíferos até frutas, como a lobeira (Solanum lycocarpum). O lobo-guará sofre grande ameaça da destruição do habitat, caça ilegal e doenças infecciosas transmitidas por cães domésticos, como a cinomose. Os atropelamentos nas estradas também são um risco sério, com algumas populações perdendo um número considerável de animais todos os anos. Durante a década de 1960, o Zoológico de Brasília se tornou uma das primeiras instituições no mundo a reproduzir essa espécie com sucesso em cativeiro.


http://www.zoo.df.gov.br/lobo-guara/

Myrmecophaga tridactyla

Tamanduá-bandeira 

É a maior espécie conhecida de tamanduá, com um corpo medindo entre 1 e 1,33 metros e podendo pesar até 45 kg. A cabeça tem um focinho alongado, com olhos e orelhas pequenos e uma língua protrátil que pode atingir 60 cm. Possui uma pelagem espessa cuja coloração pelo corpo varia do acinzentado ao marrom, sendo mais alongada na cauda. Esta, por sua vez, costuma balançar quando o animal corre, assemelhando-se a uma “bandeira” e sendo a origem do seu nome popular. É Insetívoro (cupins, formigas e pequenos invertebrados).


O tamanduá-bandeira é uma das três espécies da família que ocorre no Brasil, sendo as outras duas o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e o tamanduaí (Cyclopes didactylus). Logo após o nascimento, o filhote do tamanduá-bandeira costuma subir nas costas da mãe e ser carregado por esta durante 6 a 9 meses de sua vida. A espécie sofre grande ameaça da caça ilegal, incêndios e, principalmente, da destruição e fragmentação do habitat pelo avanço das fazendas, cidades e construção de estradas. Há também registro de animais envenenados indiretamente por inseticidas utilizados no controle de cupins e formigas.


http://www.zoo.df.gov.br/tamandua-bandeira/

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